domingo, 10 de outubro de 2010

Evangelho segundo Lucas


O Evangelho de Lucas é o terceiro dos quatro Evangelhos canônicos do Novo Testamento, que narra a história da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Possui 24 capítulos.

Embora o texto não mencione o nome de seu autor, o consenso atual segue a opinião tradicional de que este evangelho e os Atos dos Apóstolos foram escritos pelo mesmo autor. A opinião tradicional é que esse autor é o Lucas mencionado na Epístola a Filémon (Fl 1:24), um seguidor de Paulo.
Lucas
Os tradicionalistas apontam para o fato de que o mais antigo manuscrito que reteve sua página de abertura, o Papiro de Bodmer XIV (datado de cerca de 200 D.C.), proclama que aquele é o euangelion kata Loukan, e a tradição subseqüente não foi quebrada. A opinião crítica, expressa por Udo Schnelle, é que "as numerosas concordâncias lingüísticas e teológicas e referências cruzadas entre o Evangelho de Lucas e os Atos indicam que ambas obras derivam do mesmo autor" (em The History and Theology of the New Testament Writings).

O evangelista não afirma ter sido testemunha ocular da vida de Jesus, mas assegura ter investigado tudo cuidadosamente e ter escrito uma narrativa ordenada dos fatos (Lucas 1, 1-4).

Os autores dos outros três Evangelhos, Mateus, Marcos e João, provavelmente usaram fontes similares. De acordo com a hipótese das duas fontes, que é a solução comumente mais aceita para o problema dos sinóticos, as fontes de Lucas incluíram o Evangelho de Marcos e uma coleção de escritos perdidos, conhecida pelos acadêmicos como Q, a Quelle ou "documento fonte".

O consenso geral é que o Evangelho de Lucas foi escrito por um grego para os cristãos gentios, ou seja, para os não-judeus. O Evangelho é dirigido ao protetor do autor, o "excelentíssimo" Teófilo.
Data da redação
A data da redação deste Evangelho é incerta. Estimativas variam entre cerca de 80 até 130 D.C.

Visão tradicional da data
Tradicionalmente, os cristãos acreditam que Lucas escreveu sob a direção, se não sob o ditado de São Paulo. Isso o colocaria como tendo sido escrito antes dos Atos, cuja data de composição é geralmente fixada em cerca de 63 D.C. ou 64. Conseqüentemente, a tradição é que este Evangelho foi escrito por volta de 60 ou 63, quando Lucas pode ter estado em Cesaréia Marítima (costa norte de Israel, ao sul da atual Jafa) à espera de Paulo, que era então prisioneiro. Se, por outro lado, a conjetura alternativa estiver correta, de que o livro foi escrito em Roma, durante o tempo de prisão de Paulo lá, então a data mais provável seria entre os anos 40 e 60 D.C. Os cristãos evangélicos tendem a favorecer essa opinião, mantendo a tradição de datar os evangelhos bem nos primórdios do cristianismo.

Lucas dedicou seu Evangelho ao "excelentíssimo Teófilo." Teófilo, que em grego significa "Amigo de Deus", a expressão literária pode estar referindo-se a alguém, a uma comunidade ou a todos que se enquadrarem ao termo.

Infelizmente, em nenhum lugar do Evangelho de Lucas ou nos Actos há referência a que o autor seja Lucas, o companheiro de Paulo; essa conexão só aparece no final do século II. Além disso, o texto em si dá pistas de que não foi escrito como um ditado de um único autor, mas que fez uso de múltiplas fontes.

Perspectivas críticas da data
Em contraste com a opinião tradicional, muitos acadêmicos contemporâneos consideram o Evangelho de Marcos como um texto fonte usado pelo autor do Evangelho de Lucas. Dado que Marcos foi provavelmente escrito depois da destruição do Templo de Jerusalém, por volta de 70, Lucas não poderia ter sido escrito antes de 70. Baseado nesse dado, acadêmicos tem sugerido datas para Lucas desde o ano 80 até tão tarde quanto 150, e os Atos um pouco depois, mas também entre 80 e 150. A perda de ênfase da Parúsia e a universalização da mensagem sugerem intensamente uma data muito mais tardia do que os anos 60-70 atribuídos pela opinião tradicional.

O debate continua entre os não-tradicionalistas sobre se Lucas escreveu antes ou depois do final do primeiro século. Aqueles que preferem uma data mais tardia argumentam que ele foi escrito em resposta a movimentos heterodóxicos do início do segundo século. Já aqueles que tendem por uma data mais antiga, assinalam as duas seguintes considerações: Lucas desconhece o sistema episcopal, que se desenvolveu no segundo século e uma data mais antiga preserva a tradicional conexão do Evangelho com o Lucas que foi companheiro de Paulo.
Manuscritos
Os manuscritos mais antigos do Evangelho de Lucas são fragmentos de papiro do século III, um contendo passagens dos quatro evangelhos (P45) e três outros preservando apenas breves passagens (P4, P69, P75). Essas cópias primitivas, assim como as primeiras cópias dos Actos, são de data posterior àquela em que o Evangelho foi separado dos Actos.

O Codex Bezae, na Biblioteca da Universidade, Cambridge, contém um manuscrito do século V ou VI que é o manuscrito completo mais antigo de Lucas, nas versões grega e latina, em páginas lado a lado. A versão grega parece ter origem em um ramo da tradição principal dos manuscritos e desenvolve-se a partir de textos conhecidos, em muitas passagens. Embora o texto apresente muitas correções intencionais, amiúde para alinhá-lo com as textos correntes, o Codex Bezae demonstra a latitude em manuscritos de escrituras que ainda existiram muito tarde na tradição. Acadêmicos bíblicos tem minimizado a importância do Codex, citando-o geralmente apenas quando ele reforça os textos comuns.
Relacionamentos com os outros evangelhos
A maioria dos estudiosos do Novo Testamento acredita que o autor do Evangelho de Lucas confiou no texto de Marcos e na "Q" como suas fontes primárias.

De acordo com Farrar, "de um total de 1151 versículos, Lucas tem 389 em comum com Mateus e Marcos, 176 em comum apenas com Mateus, 41 em como com Marcos somente, deixando 544 privativos para si próprio. Em muitas instâncias, todos os três usam linguagem idêntica."

Há 17 parábolas próprias desse Evangelho. Lucas também atribui a Jesus sete milagres que não estão presentes nem em Mateus nem em Marcos. Os evangelhos sinóticos estão relacionados um com o outro segundo o seguinte esquema: se o conteúdo de cada evangelho é indexado em 100, então quando se compara esse resultado se obtém: Marco tem 7 peculiaridades e 93 coincidências. Mateus tem 42 peculiaridades e 58 coincidências. Lucas tem 59 peculiaridades e 41 coincidências. Isso é, 13/14 (treze quatorze avos) de Marcos, 4/7 de Mateus e 2/5 de Lucas descrevem os mesmos eventos em linguagem similar. O estilo de Lucas é mais polido do que o de Mateus e Marcos, com menos hebraismos. Lucas utiliza algumas palavras latinas (q.v. Lucas 7,41; 8,30; 11,33; 12,6 e 19,20), mas nada de termos em aramaico ou hebraico, exceto sikera, uma bebida estimulante da natureza do vinho, mas não processada de uvas (do hebraico shakar, "ele está intoxicado", Levítico 10,9), provavelmente vinho de palmeira. Esse Evangelho contém 28 referências distintas ao Antigo Testamento.

Muitas palavras e frases são comuns ao Evangelho de Lucas e às cartas de Paulo, comparando:

Lucas 4:22 com Colossenses 4:6.
Lucas 4:32 com 1Coríntios 2:4.
Lucas 6:36 com 2Coríntios 1:3.
Lucas 6:39 com Romanos 2:19.
Lucas 9:56 com 2Coríntios 10:8.
Lucas 10:8 com 1Coríntios 10:27.
Lucas 11:41 com Tito 1:15.
Lucas 18:1 com 2Tessalonicenses 1:11.
Lucas 21:36 com Efésios 6:18.
Lucas 22:19-20 com 1Coríntios 11:23-29.
Lucas 24:34 com 1Coríntios 15:5.
Testemunhos e avaliações
O Evangelho de Lucas tem sido chamado "o Evangelho das nações, cheio de compaixão e esperança, asseguradas ao mundo pelo amor de um Salvador sofredor;" "o Evangelho da vida santa;" "o Evangelho para os gregos; o Evangelho do futuro; o Evangelho da cristandade progressista, da universalidade e graciosidade do evangelho; o Evangelho histórico; o Evangelho de Jesus como o bom médico e o Salvador da humanidade;" o "Evangelho da Fraternidade de Deus e da irmandade do Homem;" "o Evangelho da condição feminina;" "o Evangelho dos desfavorecidos, dos samaritanos, dos publicanos, das prostituídas e dos pródigos;" "o Evangelho da tolerância."

A principal característica deste Evangelho, como Farrar (Cambridge Bible, Lucas, Introd.) observa, está expressa no lema "Quem andou por toda parte, fazendo o bem e curando todos os que estavam dominados pelo diabo" (Atos, 10, 38; comparar com Lucas 4,18). Lucas escreveu para o "mundo helênico." Este Evangelho é em verdade "rico e precioso."

santo Inácio de Antioquia 17/10


Inácio (35 - 110 d.C.))[1] foi Bispo de Antioquia da Síria, discípulo do apóstolo João, também conheceu São Paulo e foi sucessor de São Pedro na igreja em Antioquia fundada pelo próprio apóstolo. Segundo Eusébio de Cesaréia,[2] Inácio foi o terceiro bispo de Antioquia da Síria e segundo Orígenes teria sido o segundo bispo[3] da cidade. Santo Inácio foi detido pelas autoridades e transportado para Roma, onde foi condenado à morte no Coliseu, e foi martirizado por leões.

Vida
Antioquia, à margem do Orontes, a capital da província romana da Síria, terceira cidade do Império depois de Roma e Alexandria ocupa um importante lugar na história do Cristianismo. Foi aqui que Paulo de Tarso pregou o seu primeiro sermão cristão (numa sinagoga), e foi aqui que os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez de cristãos.[4]

Foi preso por ordem do imperador Trajano (98 - 117 d.C) e condenado a ser lançado aos leões no Coliseu em Roma, as autoridades romanas esperavam fazer dele um exemplo e, assim, desencorajar o cristianismo, porém sua viagem a Roma ofereceu-lhe a oportunidade de conhecer e ensinar os conceitos cristãos, e no seu percurso, Inácio escreveu seis cartas para as igrejas da região e uma para um colega bispo. Ao falar sobre sua execução, Inácio disse a famosa expressão: "trigo de Cristo, moído nos dentes das feras". E na iminência do martírio prometeu aos cristãos que mesmo depois da morte continuaria a orar por eles junto de Deus:

Meu espírito se sacrifica por vós, não somente agora, mas também quando eu chegar a Deus. Eu ainda estou exposto ao perigo, mas o Pai é fiel, em Jesus Cristo, para atender minha oração e a vossa. Que sejais encontrados nele sem reprovação
Obra
Santo Inácio escreveu sete cartas: Epístola a Policarpo de Esmirna, Epístola aos Efésios, Epístola aos Esmirniotas, Epístola aos Filadélfos, Epístola aos Magnésios, Epístola aos Romanos, Epístola aos Tralianos.
Unidade da Igreja
Santo Inácio enfatiza nas suas cartas para que se preserve a unidade da Igreja de Cristo:

"Convém estardes sempre de acordo com o modo de pensar do vosso Bispo. Por outro lado, já o estais, pois o vosso presbitério, famoso justamente por isto e digno de Deus, sintoniza com o Bispo da mesma forma que as cordas de uma harpa. Com vossos sentimentos unânimes, e na harmonia da caridade, constituís um canto a Jesus Cristo. Mas também cada um deve formar juntamente com os outros, um coro. A concórdia fará com que sejais uníssonos. A unidade vos fará tomar o dom de Deus, e podereis cantar a uma só voz ao Pai por Jesus Cristo. Também ele, então, escutar´vos´á e reconhecerá pelas obras que sois membros do seu Filho. Importante, por conseguinte, vivermos numa irrepreensível unidade. Assim poderemos participar constantemente da união com Deus".[6]

Pois assim, unidos numa mesma Fé tanto será mais forte a oração. A caridade esta diretamente ligada a unidade da Igreja, por isso Inácio chama de orgulhoso aquele que não guarda a unidade da Igreja junto com o Bispo:

"Se a oração de duas pessoas juntas tem tal força, quanto mais a do bispo e de toda a Igreja! Aquele que não participa da reunião é orgulhoso e já está por si mesmo julgado, pois está escrito: "Deus resiste aos orgulhosos." Tenhamos cuidado, por tanto, para não resistirmos ao Bispo, a fim de estarmos submetidos a Deus.".[7

Primazia da Sé de Roma
Os discípulos de Jesus eram chamados de nazarenos vistos como uma seita dentro do judaísmo, posteriormente como vimos acima os discípulos de Jesus então são conhecidos como cristãos, como registrado nos Atos dos Apóstolos. Isso é um fato muito significativo, pois os discípulos de Jesus Cristo não são reduzidos a serem meramente mais uma seita do judaísmo, mas são os discípulos do Messias prometido a humanidade, e, portanto, a obra da salvação atinge sua plenitude em Cristo tornando-se universal, daí dos cristãos serem chamados de católicos, pois pertencem a Igreja Católica (Universal):

"Onde está Cristo Jesus, está a Igreja Católica.".[8]

"Segui ao Bispo, vós todos, como Jesus Cristo ao Pai. Segui ao presbítero como aos Apóstolos. Respeitai os diáconos como ao preceito de Deus. Ninguém ouse fazer sem o Bispo coisa alguma concernente à Igreja. Como válida só se tenha a Eucaristia celebrada sob a presidência do bispo ou de um delegado seu. A comunidade se reúne onde estiver o Bispo e onde está Jesus Cristo está a Igreja católica. Sem a união do Bispo não é lícito Batizar nem celebrar a Eucaristia; só o que tiver a sua aprovação será do agrado de Deus e assim será firme e seguro o que fizerdes".[9]

Inácio também afirma em sua carta à igreja de Roma que ela "preside à irmandade de amor" (Carta aos Romanos [Prólogo]).
Jesus Cristo
Inácio revela-se conhecedor das processões divinas em Deus, ao reconhecer no Cristo a processão intelectiva de Deus: "De fato, Jesus Cristo, nossa vida inseparável, é o pensamento do Pai",[10] o que seria mais tarde explicado à luz da filosofia por São Tomás de Aquino.[11]

É interessante constatar como as comunidades cristãs no século I tinham um conhecimento aprofundado da natureza de Deus, Jesus Cristo é: "gerado e não criado, Deus feito carne".[12] Gerado e não criado (ingênito).

Com este testemunho, Inácio trouxe para a construção do Dogma, pedras sólidas que ajudaram o Concílio de Nicéia (325 d.C.) a fixar no Credo o genitum non factum, isto é, gerado e não criado. Embora Inácio ainda não tivesse esta precisão, Atanásio que colaborou na elaboração do vocábulo, reconheceu a perfeita ortodoxia no texto desta carta.

Inácio reconhecia a autoridade da igreja de Roma sobre as demais igrejas. Para ele, Pedro e Paulo teriam pregado naquela cidade.
Santíssima Trindade
"Procurai manter-vos firmes nos ensinamentos do Senhor e dos apóstolos, para que prospere tudo o que fizerdes na carne e no espírito, na fé e no amor, no Filho, no Pai e no Espírito, no princípio e no fim, unidos ao vosso digníssimo bispo e à preciosa coroa espiritual formada pelos vossos presbíteros e diáconos segundo Deus. Sejam submissos ao bispo e também uns aos outros, assim como Jesus Cristo se submeteu, na carne, ao Pai, e os apóstolos se submeteram a Cristo, ao Pai e ao Espírito, a fim de que haja união, tanto física como espiritual".[13]

Maria no cristianismo


Inácio além de afirmar a Divindade de Cristo também afirma a virgindade de Maria e sua descendencia do rei Davi:

"E permaneceram ocultos ao príncipe desse mundo a virgindade de Maria e seu parto, bem como a morte do Senhor: três mistérios de clamor, realizados no silêncio de Deus"[14].

"A verdade é que o nosso Deus, Jesus, o Ungido, foi concebido de Maria segundo a economia divina; nasceu da estirpe de Daví, mas também do Espírito Santo".[14]
O culto dos cristãos


Os cristãos se vêm confrontados com uma corrente de pensamento chamada docetismo, que vai negar que "o Verbo Se fez carne",[15] ou seja, vão negar que Jesus Cristo tenha assumido a natureza humana. Uma das consequências de tal doutrina é que vão considerar impossível de que no culto que Cristo instituiu na Santa Ceia, e pediu, ordenou que fizesse em Sua memória o Pão seja o Corpo de Cristo e o Vinho seja o Sangue de Cristo:

"Ficam longe da Eucaristia e da oração, porque não querem reconhecer que a Eucaristia é a Carne do nosso Salvador, Jesus Cristo, a qual padeceu pelos nossos pecados e a qual o Pai, na Sua bondade, ressuscitou. Estes, que negam o dom de Deus, encontram a morte na mesma contestação deles. Seria melhor para eles que praticassem a caridade, para depois ressuscitar."[16]

E o mesmo Inácio, na epístola aos Filadelfos, diz:[17]

"Assegurem, portanto, que se observe uma Eucaristia comum; pois há apenas um Corpo de Nosso Senhor, e apenas um cálice de união com Seu Sangue, e apenas um altar de sacrifício - assim como há um bispo, um clérigo, e meus caros servidores, os diáconos. Isto irá assegurar que todo o seu proceder está de acordo com a vontade de Deus."

Assim essa corrente de pensamento motivou testemunhos preciosos das comunidades cristãs a respeito de sua Fé na presença real (Corpo, Sangue, Alma e Divindade) de Cristo na Eucaristia.

O dia em que os cristãos se reuniam
Inácio também declara que os cristãos herdeiros da Nova Aliança não guardam mais o sábado, mas se reúnem no dia do Senhor (o domingo):

"Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à nova esperança, e não observam mais o sábado, mas o dia do Senhor, em que a nossa vida se levantou por meio dele e da sua morte. Alguns negam isso, mas é por meio desse mistério que recebemos a fé e no qual perseveramos para ser discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre".[18

Santa Edwiges 16/10


Santa Edwiges da Silésia (Andechs, Baviera, 1174 - Trebnitz, Silésia, atual Trzebnica, Polônia, 14 de outubro de 1243), nascida Edwiges de Andechs, é conhecida na Polônia pelo nome de Jadwiga Śląska.

Depois da morte do marido e dos filhos, entrou para o mosteiro e dedicou-se a ajudar os carentes. Com seu próprio dinheiro, construiu hospitais, escolas, igrejas e conventos. Ganhou fama de protetora dos endividados por ajudar detentos da região, presos por não terem recursos pagar suas dívidas. Foi proclamada santa pela Igreja Católica em 1267.

O dia 16 de outubro é dedicado a Santa Edwiges, popularmente conhecida como protetora dos pobres e endividados.

Biografia
Santa Edwiges nasceu em 1174 na Alemanha. Filha de Bertoldo IV da Morávia e de sua esposa, Inês de Rochlitz.[1], foi criada em ambiente de luxo e riqueza, o que não a impediu de ser simples e viver com humildade. O seu bem maior era o amor total a Deus e ao próximo.

Aos 12 anos, casou-se com Henrique, príncipe da Silésia (um dos principados da Polônia medieval e atual região administrativa da Polônia), com quem teve seis filhos, sendo que dois deles morreram precocemente. Culta, inteligente e esposa dedicada, ela cuidou da formação religiosa dos filhos e do marido.

Mulher de oração, vivia em profunda intimidade com o Senhor. Submetia-se ao sacrifício de jejuns diários, limitando-se a comer alguns legumes secos nos Domingos, Terças, Quintas e Sábado. Nas Quartas e Sextas-feiras somente pão e água. Isto sempre em quantidade limitada, somente para atender as necessidades do corpo.

No tempo do Advento e da Quaresma, Edwiges se alimentava só para não cair sem sentidos. O esposo não aceitava aquela austeridade. Numa Quarta-feira de Quaresma ele esbravejou por haver tão somente água na mesa sendo que ele só bebia vinho. Edwiges então ofereceu-lhe uma taça, cujo líquido se apresentou como vinho. Foi um dos muitos sinais ou milagres que ela realizou.

Algum tempo depois Edwiges caiu vítima de uma grave enfermidade. Foi preciso que Guilherme, Bispo de Módena, representante do Papa para aquelas regiões, exigisse com uma severa ordem a interrupção de seu jejum. A Santa dizia que isto era mais mortificante do que a sua própria doença.

Dedicou toda sua vida na construção do Reino de Deus. Exerceu fortes influências nas decisões políticas tomadas pelo marido, interferindo na elaboração de leis mais justas para o povo.

Junto com o marido construiu Igrejas, Mosteiros, Hospitais, Conventos e Escolas. Por isto, em algumas representações a Santa aparece com uma Igreja entre as mãos.

Aos 32 anos, fez votos de castidade, o que foi respeitado pelo marido. Quando ficou viúva, foi morar no Mosteiro de Trebnitz, na Polônia, onde sua filha Gertrudes era superiora. Foi lá que Edwiges deu largos passos rumo à santidade. Vivia com o mínimo de sua renda, para dispor o restante em socorro dos necessitados. Ela tinha um carinho especial pelas mulheres e crianças abandonadas. Encaminhava as viúvas para os conventos onde estariam abrigadas em casos de guerra e as crianças para escolas, onde aprendiam um ofício. Era misericordiosa e socorria também os endividados. Em certa ocasião, quando visitava um presídio, ela descobriu que muitos ali se encontravam porque não tinham como pagar as suas dívidas. Desde então, Edwiges saldava as dívidas de muitos e devolvia-lhes a liberdade. Procurava também para eles um emprego. Com isto eles recomeçavam a vida com dignidade, evitando a destruição as famílias em uma época tão difícil como era aquela do século XIII. E ainda mantinha as famílias unidas.

Assim, Santa Edwiges, é considerada a Padroeira dos pobres e endividados e protetora das famílias. Sua morte ocorreu no dia 15 de outubro de 1243. E foi canonizada no dia 26 de março de 1267, pelo Papa Clemente IV. Como no dia 15 de Outubro celebra-se Santa Teresa de Ávila, a comemoração de Santa Edwiges passou para o dia 16 de Outubro. Modelo de esposa, celibatária e viúva, a Santa não faltava à Missa aos Domingos, e isto ela pede aos seus devotos: mais amor a Jesus na Eucaristia e auxílio aos necessitados.

Mosteiro de Kitzingen
O convento de Kitzinger foi fundado no tempo de São Bonifácio, por volta do ano de 750 e ficou conhecido como educandário para moças. A fundadora deste centro foi Santa Hadeloga, cujo culto foi particularmente intenso no século XII, quando foi escrita sua biografia. A forma definitiva da Abadia de Kitzingen foi dada por sua sucessora, a Priora Santa Tecla, falecida pelo ano 790. O programa de estudos e educação nas escolas conventuais, especialmente para moças, foi baseado nas instruções pedagógicas de São Jerônimo e aplicado nas escolas das Ordens religiosas por vários séculos. Este famoso Doutor da Igreja, grande erudito nas Sagradas Escrituras e fundador de comunidades monásticas femininas não deixou um sistema completo de formação para a vida religiosa, mas sim orientações pedagógicas. Quando, em 1817, o Concílio de Aquisgrana publicou suas deliberações sobre a educação religiosa feminina nos conventos, as recomendações de São Jerônimo constituíram as bases da educação para as moças nas escolas conventuais até os inícios do século XIX.- O processo de formação envolvia a educação religiosa, intelectual e prática.

Edwiges permaneceu naquele convento quase sete anos. Neste tempo esteve em contato direto com o estilo beneditino de vida, inspirado em São Bento de Núrcia e Santa Escolástica, sua irmã. Isto significa: vida comum, orações freqüêntes durante o dia, meditação, leitura diária da Escritura, leitura durante as refeições e, sobretudo, uma liturgia solene, que envolvia a mente e o coração de todos.

As alunas aprendiam a língua latina para participarem da leitura em comum dos Salmos e outras leituras. Liam também as obras dos santos escritores dos primeiros séculos da Igreja, chamados os Pais ou "Padres da Igreja", que mostravam os modos de viver, concretamente, a Palavra da Bíblia.

A respeito do estudo da Sagrada Escritura, lemos na biografia de Santa Edwiges: "Na sua mocidade ela estudou no Mosteiro de Kitzingen a Sagrada Escritura. Desta forma ela conseguia compreender e ordenar seus afazeres de cada dia. A Bíblia foi para ela fonte de consolação interior e de devoção." É bom lembrar que, nesta época, o analfabetismo era a norma comum, sendo muito difícil encontrar uma mulher que soubesse ler e escrever e que tivesse formação. Assim, Edwiges e outras de seu tempo tiveram a felicidade de viver em um ambiente favorável à cultura e ao pensamento.

O aproveitamento dos talentos de nossa Santa Edwiges foi estimulado pela convicção de que "A santidade da vida, unida ao saber, garante à alma maior glória dos céus", conforme suas próprias palavras.

Além de estudar e aprofundar-se nas devoções de sua época, Edwiges encontrou no Mosteiro de Kitzingen vários conhecimentos práticos, tais como a arte de escrever com cuidado e aplicação as chamadas "iluminuras". Estas eram decorações que se faziam nos livros, todos escritos à mão pois não havia sido inventada a impressa ainda. As iluminuras eram desenhos de letras e decorações das mais diversas formas, geralmente muito pequenas e delicadas, mas de grande beleza.

Além das iluminas Edwiges aprendeu a execução de bordados artísticos. Outra habilidade aprendida por Edwiges foi o canto vocal e a execução de vários instrumentos da época. E junto a tudo isto ela foi instruída a cuidar de uma casa, o que significava ser responsável por vários empregados; aprendeu a cuidar de doentes e administrar hortas e jardins que davam os frutos para o consumo das pessoas e animais, bem como eram fontes de remédios.

Edwiges alcançou uma excelente formação humana, cultural e religiosa no Mosteiro de Kitzingen. Sua biografia oficial apresenta a avaliação de seu aproveitação com a expressão latina "bene literata", o que quer dizer que ela expressava ótimos conhecimentos culturais.

Nossa Santa Padroeira levou por toda a vida uma forte influência deste período de educação. Uma de suas mestras, chamada Petrissa, foi nomeada por Edwiges, vinte anos depois, Abadessa do Mosteiro de Trzebnica.

Em Kitzingen esteve também a irmã mais nova de Edwiges, de nome Mechtilde, chegando a ser Priora (uma das superioras do Convento). E neste Mosteiro existe, conforme os registros datados de 1522, as relíquias de nossa Santa Edwiges, Padroeira da Silésia.



Falecimento 15 de outubro de 1243
Veneração por Igreja Católica
Canonização 26 de março de 1267, Roma por: Papa Clemente IV
Festa litúrgica 16 de Outubro

São Gerardo Magela 16/10


outubro de 1755) (ou São Geraldo Magela ou São Geraldo Majela ou São Gerardo Majella) é um santo da Igreja Católica Apostólica Romana.

Geraldo Magela foi filho de um alfaiate. Seu pai faleceu quando ele tinha 12 anos de idade e sua família ficou em estado de extrema pobreza. Tentou entrar na Ordem dos Capuchinhos, mas este os recusaram devido a sua condição de saúde. Já junto à Congregação dos Redentoristas, este foi aceito sem resistências e serviu como sacristão, jardineiro, porteiro, enfermeiro e alfaiate.

Durante sua trajetória como religioso, em 1754, foi acusado falsamente de ser o pai do filho de uma mulher gravida, Néria Caggiano. Ele retirou-se, entrou em retrete. A referida mulher se arrependeu, retratando-se e inocentando-o. Por isso sua ligação como patrono de todos os aspectos da gravidez. Ele também tinha a fama de ser Bilocate (a capacidade de estar presente em dois lugares ao mesmo tempo) e de ser vidente.

Faleceu vítima de tuberculose, foi beatificado em 29 de janeiro de 1893 pelo Papa Leão XIII, e canonizado em 11 dezembro de 1904 pelo Papa Pio X. O seu dia é comemorado em 16 de outubro e é padroeiro dos alfaiates, das boas confissões, das crianças, das pessoas falsamente acusadas, das gestantes, dos Irmãos leigos, das mães, das maternidade, do movimento pró-vida, de Muro Lucano (Itália), dos nascituros, do parto e dos porteiros.



São Gerardo Magela
Nascimento 23 de abril de 1725 em Muro Lucano, Itália
Falecimento 16 de outubro de 1755 em Caposele, Itália
Veneração por Igreja Católica
Festa litúrgica 16 de outubro
Padroeiro: da gravidez, dos falsamente acusados, das boas confissões e da maternidade.

São Calixto I, Papa e Mártir 14/10


A Igreja comemora no dia 14 de outubro, a festa do Papa São Calixto I. Natural de Roma e sucessor de São Zeferino, pertence também ele ao grêmio dos Papas que deram a vida defendendo fé.

Foi escravo de Aurelius Carpoforus, pai da família imperial. Conta-se que Aurelius era cristão e pelas suas convicções acabou concedendo a liberdade a Calixto a quem, inclusive, doou uma soma para que ele pudesse abrir o próprio negócio. Sucede que Calixto, não aproveitando a oportunidade, acabou fracassando, além do que chegou a apropriar-se de certa quantia de Aurelius e conseqüentemente acabou fugindo para Roma, onde acabou sendo capturado e teve de trabalhar para devolver o dinheiro furtado. O pai do imperador, porém, deu-lhe uma segunda chance, determinando a sua libertação. Mesmo assim, Calixto envolveu-se em algumas aventuras desonestas, fazendo com que fosse enviado para a Sardenha, onde passou um bom período submetido a penas forçadas, em trabalhos realizados junto às minas. Nesta época reinava o imperador Cômodo e sua esposa Márcia, sendo um período, favorável aos cristãos exilados, pois muitos receberam a liberdade, tendo Calixto sido também beneficiado.

O Papa Zeferino, então, acabou contratando os serviços de Calixto. Desempenhou-se tão bem nas suas atividades, que acabou sendo nomeado secretário e posteriormente, homem de confiança do Papa. Ficou muito famoso pelo empreendimento de grandes feitos administrativos, dentre os quais a organização das catacumbas de Roma, onde estavam depositadas as relíquias dos santos da Igreja primitiva. Grande parte destas catacumbas ficaram muito conhecidas e levam o seu nome (famosas catacumbas de São Calixto). Ali 46 Papas e e milhares de mártires encontram-se enterrados. Possuem quatro pisos sobrepostos e mais de 20 quilômetros de corredores. Construiu também a Basílica de Santa Maria, em Trasverre, cuja primeira Igreja dedicou à Virgem Maria.

Após o martírio de São Zeferino, o clero e o povo de Roma elegeram São Calixto como a pessoa mais preparada para assumir o governo da Igreja. Era notável sua fama de devoção e piedade. Havia, muito antes, declarado publicamente seus pecados, afirmando que, se um pecador sinceramente contrito, se entregasse à penitência e deixasse para trás suas maldades, poderia voltar a ser admitido entre os fiéis cristãos católicos, e que nenhum bispo o poderia destituir, mesmo que por grave pecado, caso se arrependesse e viesse a levar vida de conversão e penitência. Ocorreu que um tal Hipólito, baseado no passado e associando nelas as declarações feitas, opôs-se terrivelmente, de forma que investiu de todas as formas para que Calixto fosse deposto do trono pontifício, mas seus argumentos não encontraram eco nem no seio da Igreja, nem junto aos cristãos católicos.

Durante seu pontificado, converteu muitos romanos ao cristianismo e curou a vários doentes que padeciam de graves enfermidades. Também defendeu e consolou a muito cristãos, vítimas de perseguições movidas pelos pagãos. Costumava penitenciar-se com freqüência, inclusive, chegou a submeter-se a 40 dias consecutivos de jejum. Combateu com constância as heresias adocianistas e modalistas.

Foi ele também vítima de uma grande insurreição popular. Havia entre os pagãos, ódio generalizado por causa do tratamento favorável que o imperador Eligobalo estava concedendo aos cristãos. No mesmo ano (222), porém, pouco antes do martírio de São Calixto, Eligobalo e sua mãe seriam assassinados.

Assumindo o imperador Alexandre Severo, não conseguiu deter o ódio popular e mandou prender Calixto, o qual foi enviado ao cárcere, onde deixaram-no por muitos dias sem comida e sem bebida. Em silêncio, porém , foi encontrado pelos guardas com semblante muito tranqüilo. Perguntaram-no se tinha fome ou sede após tanto tempo sem água ou comida, no que respondeu: “Acostumei meu corpo a passar dias e semanas sem comer e nem beber, por amor ao meu amigo Jesus Cristo”.

Foi no cárcere que, com suas orações, curou a esposa do carcereiro quando ela já agonizava. Por este milagre, o carcereiro deixou-se batizar com toda sua família, ingressando na santa religião cristã.

Finalmente, por ordem imperial, São Calixto foi jogado num poço profundo, que foi coberto até a boca com terra e diversos escombros. O poço de Calixto é um local turístico de Roma , e está situado no Tribunal do convento de São Calixto, próximo à Basílica de de Santa Maria, em Trastevere, venerado até hoje pelos cristãos. Suas relíquias, porém, descansam no cemitério de Calepódio, em Aurélia.
Reflexões:

A história de São Calixto nos ensina que, por maior que seja um pecador, Deus coloca à sua disposição todos os instrumentos necessários para se trilhar no caminho da perfeição cristã . Com Sua graça, um pecador convertido pode produzir frutos tão extraordinários de virtude, ao ponto de poder superar muitos justos em sua constância e fidelidade. Ao mesmo tempo, revela o grande significado evangélico, de que o Espírito Santo sopra onde quer, suscitando as mais belas flores em campos que pareciam condenados à infertilidade. São Calixto, cuja personalidade parecia voltada para as coisas desonestas, reflete a radical mudança de conduta em grau elevadíssimo, tornando-se fiel administrador das coisas da casa do Senhor. Operou inúmeros milagres durante a vida e com firme postura, também derramou seu sangue em defesa da esposa de Cristo.

Nossa Senhora da Conceição Aparecida 12/10


Nossa Senhora da Imaculada Conceição Aparecida é um título católico dedicado a Maria, mãe de Jesus de Nazaré. O seu santuário localiza-se em Aparecida, no estado de São Paulo, e a sua festa é comemorada anualmente em 12 de outubro. Nossa Senhora Aparecida é a padroeira dos Católicos do Brasil.

História

Há duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (anterior a 1743) e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus, em Roma. A história foi primeiramente registrada pelo Padre José Alves Vilela em 1743 e pelo Padre João de Morais e Aguiar em 1757, registro que se encontra no Primeiro Livro de Tombo da Paróquia de Santo Antônio de Guaratinguetá.

A Pescaria Milagrosa

A sua história tem o seu início em meados de 1717, quando chegou a Guaratinguetá a notícia de que o conde de Assumar, D. Pedro de Almeida e Portugal, governador da então Capitania de São Paulo e Minas de Ouro, iria passar pela povoação a caminho de Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto), em Minas Gerais.

Desejosos de obsequiá-lo com o melhor pescado que obtivessem, os pescadores Domingos Garcia, Filipe Pedroso e João Alves lançaram as suas redes no rio Paraíba do Sul. Depois de muitas tentativas infrutíferas, descendo o curso do rio chegaram a Porto Itaguaçu, a 12 de outubro. Já sem esperança, João Alves lançou a sua rede nas águas e apanhou o corpo de uma imagem de Nossa Senhora da Conceição sem a cabeça. Em nova tentativa apanhou a cabeça da imagem. Envolveram o achado em um lenço. Daí em diante, os peixes chegaram em abundância para os três humildes pescadores.

Início da Devoção

Durante quinze anos a imagem permaneceu na residência de Filipe Pedroso, onde as pessoas da vizinhança se reuniam para orar. A devoção foi crescendo entre o povo da região e muitas graças foram alcançadas por aqueles que oravam diante da imagem. A fama dos poderes extraordinários de Nossa Senhora foi se espalhando pelas regiões do Brasil. Diversas vezes as pessoas que à noite faziam diante dela as suas orações, viam luzes de repente apagadas e depois de um pouco reacendidas sem nenhuma intervenção humana. Logo, já não eram somente os pescadores os que vinham rezar diante da imagem, mas também muitas outras pessoas das vizinhanças. A família construiu um oratório no Porto de Itaguaçu, que logo se mostrou pequeno.


A primeira Capela

Por volta de 1734, o vigário de Guaratinguetá construiu uma capela no alto do morro dos Coqueiros, aberta à visitação pública em 26 de julho de 1745.


Visita de Dom Pedro I
Em 20 de abril de 1822, em viagem pelo Vale do Paraíba, Dom Pedro I e sua comitiva visitaram a capela e a imagem.

Primeira Igreja (Basílica Velha)
Em 1834 foi iniciada a construção de uma igreja maior (a atual Basílica Velha) para acomodar e receber os fiéis que aumentavam significadamente, sendo solenemente inaugurada e benzida em 8 de dezembro de 1888.

Coroa de Ouro e o Manto Azul
Em 6 de novembro de 1888, a princesa Isabel visitou pela segunda vez a basílica e ofertou à santa, em pagamento de uma promessa (feita em sua primeira visita, em 08 de dezembro de 1868), uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis, juntamente com um manto azul, ricamente adornado.

chegada dos Missionários Redentoristas
Em 28 de outubro de 1894, chegou a Aparecida um grupo de padres e irmãos da Congregação dos Missionários Redentoristas, para trabalhar no atendimento aos romeiros que acorriam aos pés da imagem para rezar com a Senhora "Aparecida" das águas.

Coroação da Imagem

A coroa doada pela Princesa Isabel.A 8 de setembro de 1904, a imagem foi coroada com a riquíssima coroa doada pela Princesa Isabel e portando o manto anil, bordado em ouro e pedrarias, símbolos de sua realeza e patrono. A celebração solene foi dirigida por D. José Camargo Barros, com a presença do Núncio Apostólico, muitos bispos, o Presidente da República Rodrigues Alves e numeroso povo. Depois da coroação o Santo Padre concedeu ao santuário de Aparecida mais outros favores: Ofício e missa própria de Nossa Senhora Aparecida, e indulgências para os romeiros que vêm em peregrinação ao Santuário.

Instalação da Basílica
No dia 29 de Abril de 1908, a igreja recebeu o título de Basílica Menor, sagrada a 5 de setembro de 1909 e recebendo os ossos de são Vicente Mártir, trazidos de Roma com permissão do Papa.

Município de Aparecida - SP
Em 17 de dezembro de 1928, a vila que se formara ao redor da igreja no alto do Morro dos Coqueiros tornou-se Município, vindo a se chamar Aparecida, em homenagem a Nossa Senhora, que fora responsável pela criação da cidade.

A Rainha e Padroeira do Brasil
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, foi proclamada Rainha do Brasil e sua Padroeira Oficial em 16 de julho de 1930, por decreto do papa Pio XI, sendo coroada. Pela Lei nº 6.802 de 30 de junho de 1.980, foi decretado oficialmente feriado no dia 12 de outubro, dedicando este dia a devoção. Também nesta Lei, a República Federativa do Brasil reconhece oficialmente Nossa Senhora Aparecida como padroeira do Brasil.

Rosa de Ouro
Em 1967, ao completar-se 250 anos da devoção, o papa Paulo VI ofereceu ao Santuário a “Rosa de Ouro”, reconhecendo a importância da santa devoção.

O maior Santúario Mariano do mundo
Em 4 de julho de 1980 o papa João Paulo II, em sua histórica visita ao Brasil, consagrou a Basílica Nova de Nossa Senhora Aparecida, o maior santuário mariano do mundo, em solene missa celebrada, revigorando a devoção à Santa Maria, Mãe de Deus e sagrando solenemente aquele grandioso monumento construído com o carinho e devoção do povo brasileiro.

Centenário da Coroação
No mês de maio de 2004 o papa João Paulo II concedeu indulgências aos devotos de Nossa Senhora Aparecida, por ocasião das comemorações do centenário da coroação da imagem e proclamação de Nossa Senhora como Padroeira do Brasil. Após um concurso nacional, devotos e autoridades eclesiais elegeram a Coroa do Centenário, que marcaria as festividades do jubileu de coroação realizado naquele ano.

Descrição da imagem

A imagem, tal como se encontra no interior da Catedral.A imagem retirada das águas do rio Paraíba em 1717, é de terracota e mede quarenta centímetros de altura. Em estilo seiscentista, como atestado por diversos especialistas que a analisaram (Dr. Pedro de Oliveira Ribeiro Neto, os monges beneditinos do Mosteiro de São Salvador, na Bahia, Dom Clemente da Silva-Nigra e Dom Paulo Lachenmayer), acredita-se que originalmente apresentaria uma policromia, como era costume à época, embora não haja documentação que o comprove. A argila utilizada para a confecção da imagem é oriunda da região de Santana do Parnaíba, na Grande São Paulo. Quando foi recolhida pelos pescadores, o corpo estava separado da cabeça e, muito provavelmente, sem a policromia original, devido ao período em que esteve submersa nas águas do rio.

A cor de canela com que se apresenta hoje deve-se à exposição secular à fuligem produzida pelas chamas das velas, lamparinas e candeeiros, acesas pelos seus devotos.

Em 1978, após sofrer um atentado que a reduziu a quase duzentos fragmentos, foi encaminhada ao Prof. Pietro Maria Bardi (à época diretor do Museu de Arte de São Paulo (MASP), que a examinou, juntamente com o dr. João Marinho, colecionador de imagens sacras brasileiras. Foi então totalmente restaurada, no MASP, pelas mãos da artista plástica Maria Helena Chartuni.

Embora não seja possível determinar o autor ou a data da confecção da imagem, através de estudos comparativos concluiu-se que ela pode ser atribuída a um discípulo do monge beneditino frei Agostinho da Piedade, ou, segundo Silva-Nigra e Lachenmayer, a um do seu irmão de Ordem, frei Agostinho de Jesus. Apontam para esses mestres as seguintes características:

forma sorridente dos lábios;
queixo encastoado, tendo, ao centro, uma covinha;
penteado e flores nos cabelos em relevo;
broche de três pérolas na testa; e
porte corporal empinado para trás.

Primeiros Milagres

Milagre das Velas

Estando a noite serena, repentinamente as duas velas que iluminavam a Santa se apagaram. Houve espanto entre os devotos, e Silvana da Rocha, querendo acendê-las novamente, nem tentou, pois elas acenderam por si mesmas. Este foi o primeiro milagre conhecido de Nossa Senhora, ocorrido mais provavelmente em 1733.


Caem as Correntes

Em meados de 1850, um escravo chamado Zacarias, preso por grossas correntes, ao passar pela igreja onde se encontrava a imagem, pede ao feitor permissão para rezar. Recebendo autorização, o escravo se ajoelha diante de Nossa Senhora Aparecida e reza fervorosamente. Durante a oração, as correntes, milagrosamente, soltam-se de seus pulsos deixando Zacarias livre.


Cavaleiro e a Marca da Ferradura

Um cavaleiro de Cuiabá, passando por Aparecida, ao se dirigir para Minas Gerais, viu a fé dos romeiros e começou a zombar, dizendo, que aquela fé era uma bobagem. Quis provar o que dizia, entrando a cavalo na igreja. Logo na escadaria, a pata de seu cavalo se prendeu na pedra da escada da igreja (Basílica Velha), vindo a derrubar o cavaleiro de seu cavalo, após o fato, a marca da ferradura ficou cravada da pedra. O cavaleiro arrependido, pediu perdão e se tornou devoto.


A menina cega

Mãe e filha caminhavam às margens do Rio Paraíba do Sul, quando surpreendentemente a filha cega de nascença comenta surpresa com a mãe : "Mãe como é linda esta igreja" Basílica Velha. Daquele momento em diante, a menina começa a enxergar.


O Menino no Rio

o pai e o filho foram pescar. Durante a pescaria, a correnteza estava muito forte e por um descuido o menino caiu no rio. O menino não sabia nadar, a correnteza o arrastava cada vez mais rápido e o pai desesperado pediu a Nossa Senhora Aparecida para salvar o menino. De repente o corpo do menino parou de ser arrastado, enquanto a forte correnteza continuava, e o pai salvou o menino.

O Homem e a Onça
Um homem estava voltando para sua casa, quando de repente ele se deparou com uma enorme onça. Ele se viu encurralado e a onça estava prestes a atacar, então o homem pediu desesperado a Nossa Senhora Aparecida por sua vida, e a onça virou e foi embora.

Coroa comemorativa

Catedral basílica de Nossa Senhora Aparecida, Brasil.Para celebrar o centenário da Coroação da Imagem da Padroeira do Brasil, a Associação de Joalheiros e Relojoeiros do Noroeste Paulista (Ajoresp), com apoio técnico do Sebrae (São Paulo), promoveu um Concurso Nacional de Design, visando selecionar uma nova Coroa comemorativa do evento.

O Júri Institucional do evento selecionou, por consenso, o projeto da designer Lena Garrido, em parceria com a designer Débora Camisasca, de Belo Horizonte (Minas Gerais). A nova peça foi confeccionada em ouro e pedras preciosas especialmente para a solenidade do Centenário da Coroação de Nossa Senhora Aparecida, no dia 8 de setembro de 2004.

São Benedito 05/10



São Benedito OFM Cap (Sicília, 31 de Março de 1524 - Palermo, 4 de Abril de 1589) (São Benedito, o Negro, ou São Benedito, o Africano ou São Benedito, o Mouro) - Santo da Igreja Católica Apostólica Romana.

Algumas versões dizem que ele nasceu na Sicília, sul da Itália, em 1524, no seio de família pobre e era descendente de escravos oriundos da Etiópia. Outras versões dizem que ele era um escravo capturado no norte da África, o que era muito comum no sul da Itália nesta época. Neste caso, ele seria de origem moura, e não etíope. De qualquer modo, todos contam que ele tinha o apelido de “mouro” pela cor de sua pele.

Foi pastor de ovelhas e lavrador. Aos 18 anos de idade já havia decidido consagrar-se ao serviço de Deus e aos 21 um monge dos irmãos eremitas de São Francisco de Assis o chamou para viver entre eles. Fez votos de pobreza, obediência e castidade e, coerentemente, caminhava descalço pelas ruas e dormia no chão sem cobertas. Era muito procurado pelo povo, que desejava ouvir seus conselhos e pedir-lhe orações.

Cumprindo seu voto de obediência, depois de 17 anos entre os eremitas, foi designado para ser cozinheiro no Convento dos Capuchinhos. Sua piedade,sabedoria e santidade levaram seus irmãos de comunidade a elegê-lo Superior do Mosteiro, apesar de analfabeto e leigo, pois não havia sido ordenado sacerdote. Seus irmãos o consideravam iluminado pelo Espírito Santo, pois fazia muitas profecias. Ao terminar o tempo determinado como Superior, reassumiu com muita humildade mas com alegria suas atividades na cozinha do convento.

Sempre preocupado com os mais pobres do que ele, aqueles que não tinham nem o alimento diário, retirava alguns mantimentos do Convento, escondia-os dentro de suas roupas e os levava para os famintos que enchiam as ruelas das cidades. Conta a tradição que, em uma dessas saídas, o novo Superior do Convento o surpreendeu e perguntou: “Que escondes aí, embaixo de teu manto, irmão Benedito?” E o santo humildemente respondeu: “Rosas, meu senhor!” e, abrindo o manto, de fato apareceram rosas de grande beleza e não os alimentos de que suspeitava o Superior.

São Benedito morreu aos 65 anos, no dia 4 de abril de 1589, em Palermo, na Itália. Reverenciado e amado no Brasil inteiro, é um dos santos mais populares do país. Na porta de sua cela, no Convento de Santa Maria de Jesus em Palermo se encontra uma placa com a inscrição em italiano indicando que era a Cela de São Benedito e embaixo as datas 1524-1589, para indicar as datas do nascimento e de sua morte. Alguns autores indicam 1526 como o ano de seu nascimento, mas os Frades do Convento de Santa Maria de Jesus consideram que a data certa é 1524. Todos os anos asseguir a páscoa, há uma missa e festa em sua honra na localidade de coval,concelho de Santa Comba Dão


Nascimento 31 de março de 1524 em Sicília, Itália
Falecimento 4 de abril de 1589 em Palermo, Itália
Veneração por Igreja Católica
Festa litúrgica 5 de outubro
Padroeiro: dos cozinheiros